Uma nova crise atinge o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), um dos principais órgãos de pesquisa do país. Segundo informações da coluna de Lauro Jardim, no jornal O Globo, até o final de janeiro, pelo menos mais duas diretoras, Ivone Batista e Patrícia Costa, devem entregar seus cargos. Elas seguem o mesmo caminho de Elizabeth Hypólito, ex-diretora de Pesquisas Econômicas, e de seu adjunto, João Hallak, que deixaram o instituto no início do mês.
A principal razão para a debandada é o descontentamento com a gestão do atual presidente do IBGE, Márcio Pochmann. Indicado pelo presidente Lula, Pochmann enfrentou resistências logo ao assumir o comando do órgão. A criação da Fundação IBGE+, uma entidade autônoma para captar recursos e desenvolver projetos adicionais, é apontada como a gota d’água para a insatisfação dos diretores.
Para os críticos, a Fundação IBGE+ pode comprometer o protagonismo do próprio instituto na produção de dados e pesquisas. Com autonomia gerencial, orçamentária e financeira, a nova entidade seria supervisionada pelo IBGE, mas já gera temor de que suas atribuições sobreponham as do instituto. Essa mudança estratégica tem sido encarada como uma tentativa de reduzir a relevância do IBGE, o que provocou reações entre os principais gestores.
A saída de figuras-chave no comando do IBGE agrava a tensão em torno da condução do órgão. Com um histórico de garantir a qualidade das pesquisas estatísticas no Brasil, o instituto agora se vê em meio às incertezas trazidas pela gestão e pela nova estrutura administrativa. O desenrolar da situação é acompanhado de perto, já que o IBGE desempenha papel fundamental no planejamento e na formulação de políticas públicas no país.
Fonte: Portal Novo Norte