A epidemia de dengue em Campinas não apenas representa uma ameaça à saúde da população, mas também acende o alerta no setor produtivo da região. Com o avanço da doença, empresas enfrentam o desafio de lidar com o afastamento de funcionários, o que pode resultar em impactos significativos na economia local.
A falta de inclusão de Campinas nos critérios de prioridade para a distribuição da vacina contra a dengue pelo Ministério da Saúde gera críticas e preocupações entre membros dos setores comercial e industrial. O município, fora dos parâmetros estabelecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), enfrenta atualmente 2.857 casos confirmados da doença, além de 1.023 pacientes sob suspeita. A complexidade da situação é agravada pela circulação simultânea dos sorotipos 1, 2 e 3 da dengue.
Guto Gobbo, presidente do Sindilojas Campinas e Região, destaca a necessidade de priorizar a vida dos funcionários diante da crise. Ele ressalta que, mesmo desfalcando as equipes, a orientação é para que aqueles com sintomas busquem atendimento médico imediato. Gobbo também aborda as implicações econômicas, prevendo que os lojistas terão que arcar com custos adicionais, especialmente no pagamento de horas extras para cobrir os afastamentos.
“A preocupação é com a vida e a saúde. O impacto será mais em relação ao pagamento de hora extra”, afirma Gobbo. Ele critica a ausência de vacinação prioritária para Campinas, classificando a situação como um “problema muito sério”. Gobbo destaca a falta de planejamento e bom senso, clamando por uma revisão na distribuição de vacinas, levando em consideração o histórico epidêmico da cidade.
A crise da dengue em Campinas revela não apenas os desafios imediatos de saúde pública, mas também a necessidade urgente de uma abordagem mais estratégica e eficiente para a proteção da população e a preservação da estabilidade econômica local. O Sindilojas, representando o setor lojista, levanta a voz em defesa não apenas dos interesses comerciais, mas principalmente da vida e bem-estar.
A epidemia também sobrecarrega a rede privada de saúde na região. Hospitais particulares, como o Beneficência Portuguesa, Madre Theodora, Hospital PUC-Campinas e Hospital Vera Cruz, relatam aumentos alarmantes no atendimento a pacientes com suspeitas e casos confirmados da doença.
No entanto, a cidade recebeu uma notícia desanimadora, pois o Ministério da Saúde confirmou que Campinas não será contemplada com a vacina Qdenga em 2024, gerando críticas e preocupações na comunidade. A escolha das cidades beneficiadas foi baseada em critérios específicos, deixando Campinas de fora.
O Correio Popular destaca os sintomas iniciais da dengue, incentivando a população a procurar atendimento nos 67 centros de saúde da cidade ao detectar febre acompanhada de outros sintomas. Além disso, são ressaltados sinais de alarme que exigem retorno imediato aos centros de saúde ou pronto-socorro.
A Prefeitura de Campinas criou um hotsite dedicado à dengue (dengue.campinas.sp.gov.br) e fornece informações detalhadas sobre cuidados preventivos, destacando pontos críticos em residências e locais de trabalho. A mensagem principal é a necessidade de evitar a proliferação do mosquito, com orientações específicas para cada área de preocupação.
Neste contexto, a comunidade de Campinas enfrenta não apenas desafios de saúde, mas também a urgência de medidas preventivas e a conscientização sobre a importância de ações conjuntas para combater a epidemia de dengue.
Para ter acesso a entrevista completa acesse: Correio Popular