O sindicato

Sindicato é sinônimo de luta, trabalho e dedicação. E foi assim que na noite do dia 30 de janeiro de 1963, 26 comerciantes lojistas de Campinas compareceram à convocação publicada em Edital no Jornal Diário do Povo, e se encontraram na Rua: José Paulino, 1.111 para criar a Associação Profissional dos Lojistas do Comércio de Campinas. Foi aí que tudo  começou. A reunião,  presidida  pelo  comerciante Rosalvo Lopes da Silva e secretariada por Walter Nunes Baraquet, foi marcada pelo otimismo  na palavra  “sim”,  que  determinou  o  futuro  de sucesso  da  entidade.

Os lojistas que ali estavam, depositaram suas esperanças e votaram em cédulas escritas com o “sim” para a criação da entidade. Foi com esta unanimidade que surgiu a Associação Profissional dos Lojistas do Comércio de Campinas, sob muitos aplausos a cada voto apurado José Piccolotto Júnior foi eleito presidente, e disse na ocasião que tudo faria para o desenvolvimento desta Associação e para o bem da categoria. A então diretoria era composta por Celso Mariusso, como secretário, e por Paulo Duchovni como  tesoureiro.  Depois  do  discurso  do presidente, aplausos calorosos e muito trabalho pela frente, marcado pouco tempo depois com a transformação da entidade em Sindicato dos Lojistas do Comércio de Campinas.

No ano seguinte, em 10 de janeiro, na sede da Rua: José Paulino, o presidente José Piccolotto Júnior, em Assembléia, votou pela filiação do Sindicato à Federação do Comércio do Estado de São Paulo – FCESP. Mais uma unanimidade marcou a proposta. Com 36 votos a favor, o Sindicato se filiou à Federação e se aproximou mais de outros sindicatos, o que ajudou a classe dos lojistas na solução e no enfrentamento de problemas apresentados no decorrer dos anos.

Em 11 de abril de 1966, 35 dos 36 associados da entidade, compareceram à sede para a eleição da nova Diretoria, que regeria os destinos do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Campinas nos próximos anos. Terminada a apuração dos votos, ficou determinada a nova configuração da entidade. Luiz Piccolotto assumiu a presidência e tomou posse juntamente com o secretário Moysés Carneiro da Cunha e o tesoureiro Angelo Antônio Gagliardi. Trabalhos, reuniões e a participação conjunta com diretores do Sesc e Senac marcaram as lutas durante os seus mandatos.

Decisões e mudanças de rumo foram tomadas por Luiz Piccolotto. Em novembro de 1968 a sede do Sindicato ganhou um novo endereço. Saiu do 2º andar da Rua: José Paulino, 1.111, para o 4º andar da Rua: Barão de Jaguara, 1.121. Nova casa e nova força. Luiz Piccolotto comandou a entidade por mais um mandato, ou seja,  mais  2  anos,  realizando vários acordos e reajustes salariais.

Já em 10 de setembro de 1970 foram realizados novamente os trabalhos de votação para eleição da nova Diretoria, Conselho Fiscal e Delegação Federativa, na antiga,  porém  renovada  sede  da  Rua :José Paulino. Votaram 29 associados e Guilherme Campos foi eleito presidente. Ao seu lado, como secretário, Nelson Cid Menegazzi e Ângelo Antônio Gagliardi, como tesoureiro. A nova Diretoria do Sindicato tomou posse no dia 25 do mesmo mês e ano.

Campinas cresceu, novos sócios foram incorporados à entidade e os trabalhos aumentaram. Com uma boa administração e correndo junto com este crescimento, o Sindicato dos Lojistas do Comércio de Campinas aumentou sua arrecadação e a transformou em melhorias no atendimento junto ao seus representantes e ao comércio em geral. Às vésperas do Natal de 1972, o comércio ganhou um presente. Em reunião na sede do Sindicato, a Diretoria da entidade em ação conjunta com a Associação Comercial e Industrial de Campinas (ACIC) ampliou as ações do Departamento de Proteção ao Crédito. O Departamento passou a atuar, além dos dias úteis, também aos domingos e feriados. Esta medida gerou maior confiança no setor e proporcionou um comércio mais forte e seguro na cidade. O Departamento de Proteção ao Crédito, para atender as necessidades dos lojistas, ganhou novos equipamentos de rádio transmissão e recepção, o que facilitou e proporcionou qualidade e rapidez nas consultas realizadas.

O mandato de Guilherme Campos continuou e a participação do Sindicato nas ações da sociedade tornou-se intensa e necessária. A entidade discutiu problemas relacionados ao trânsito e ao estacionamento nas ruas da cidade. E, em parceria com a ACIC, cobrou aumento da segurança revendo com a Polícia Militar o número de contingente necessário. Em 1975 a Guarda Noturna e suas ações junto a sociedade foi reformulada e ampliada. Comprou-se novas viaturas, rádios comunicadores, novos uniformes e até cães de guarda foram usados na segurança da população. A Guarda passou também a agir durante o dia, em frente aos colégios de Campinas.

Em maio do mesmo ano, o Sindicato dos Lojistas do Comércio de Campinas participou da discussão com a Prefeitura sobre a medida para a criação do Convívio, em frente ao Largo da Catedral. O convívio, hoje chamado de “Calçadão da 13 de Maio”, visava impedir o trânsito das ruas do local e transformar a região em uma grande praça, onde os consumidores poderiam transitar tranqüilamente.

Com o tempo, o comércio de Campinas se transformou. O número de consultas ao Departamento de Proteção ao Crédito cresceu e o investimento foi mais uma vez necessário para que o atendimento fosse realizado com maior eficiência. Em reunião na sede do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Campinas, em julho de 1978, Guilherme Campos, que também presidia a ACIC, determinou a reforma daquele Departamento, com o aumento do pessoal, telefones e equipamentos para uma maior produtividade e qualidade no atendimento.

Na época, a história do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Campinas se misturou a história da Associação Comercial e Industrial de Campinas, pois Guilherme Campos dirigia as duas entidades e muitas das ações e decisões foram tomadas em conjunto.

Em outubro de 1979, o secretário Ângelo Antônio Gagliardi, que há 9 anos se dedicava ao Sindicato, pediu demissão e afastou-se da entidade. Com sua saída, a mudança fez-se necessária e uma nova cara surgiu. Após uma reunião realizada na sede em 15 de outubro de 1979, constituiu-se a nova Diretoria do Sindicato. Ela era composta por Guilherme Campos, presidente, Carlos Gobbo, secretário e Saulo Duchovni,  tesoureiro.

O trabalho continuou a todo vapor e a nova equipe mostrou total competência e vontade de realizar novas conquistas. Ações e medidas foram discutidas e tomadas. O Sindicato firmou acordos com o Sindicato dos Empregados do Comércio de Campinas e com o Sindicato do Comércio Varejista da cidade.

Porém, em 22 de março de 1980, uma triste notícia abalou não só ao Sindicato como a toda Campinas: Luiz Piccolotto havia falecido. Em memória ao que ele representou nesta entidade, a perda irreparável foi registrada na ata de reuniões do dia 27 de março de 1980.

O trabalho aumentava em ritmo acelerado. A necessidade de atender e acompanhar este ritmo levou a uma reunião em maio de 1981 na sede do Sindicato. A reunião de Diretoria discutiu a necessidade e as vantagens da implantação de computadores no Departamento de Proteção ao Crédito, já que o movimento de consultas formuladas no último Dia das Mães havia ultrapassado todas as expectativas. A implantação foi necessária e a contribuição financeira do Sindicato foi novamente fundamental para a aquisição.

A Diretoria se mantinha no comando a cada nova eleição realizada. E em maio de 1982 mais computadores foram instalados, com o intuito de atender também à parte administrativa. O funcionamento das novas máquinas passou por uma “prova de fogo”. Na véspera e no Dia das Mães deste ano foram atendidas, pelo Departamento de Proteção ao Crédito, o número de 16.600 consultas.

Em 28 de janeiro de 1983, foi firmado um convênio sócio-econômico de cooperação entre a ACIC e o Sindicato dos Lojistas, para a execução computadorizada dos Serviços de Proteção ao Crédito mantidos pela Associação Comercial e Industrial de Campinas. Após o acordo, durante anos, empréstimos entre as entidades foram realizados, visando a melhoria no atendimento junto ao comércio e a população.

Os investimentos surtiram efeitos, pois o número de consultas ao Serviço de Proteção ao Crédito aumentava a cada mês e a computação implantada era mais do que necessária.

Durante a década de 80, os representantes de lojas passaram a participar de algumas reuniões na sede do Sindicato. A cidade cresceu e a participação de todos foi fundamental para o desenvolvimento econômico e social de Campinas.

Em novembro de 1987, foi apresentada em reunião na sede da entidade, mais uma estatística sobre o número de consultas ao Departamento de Proteção ao Crédito. Neste mês foram 189.819, ultrapassando em 12.630 o número do mês anterior, fato que comprova o crescimento a cada mês.
No entanto não é só de alegria, crescimento e bons momentos que se constrói um Sindicato forte e atuante. Os problemas econômicos, políticos e sociais do país ao longo dos anos fizeram parte do contexto da entidade.

O Sindicato, em abril de 1989, passou a cobrar de forma acentuada das autoridades competentes, para que fossem adotadas providências urgentes frente aos Camelôs, que praticamente já tomavam conta do centro da cidade. O alerta já havia sido feito, mas o problema continua e vem sendo discutido até hoje.

Falando em alegrias e tristezas, na tarde de 5 de julho de 1992, a entidade sofreu um impacto muito forte. Faleceu Guilherme Campos, que exerceu por longos mandatos a presidência do Sindicato, deixando Campinas de luto. Muitas homenagens foram prestadas, porém o cinza estampou e cobriu o céu da cidade. Nos dias 9 e 10 do mesmo mês, na sede do Sindicato, a Diretoria reuniu para se recompor. Carlos Gobbo, que até então era diretor-secretário, assumiu a presidência do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Campinas e registrou em ata os votos de sentimentos de pêsames pelo falecimento do amigo Guilherme Campos.

A nova Diretoria ficou composta por Carlos Gobbo, presidente, Carlos Augusto Gobbo, vice-presidente, Elídio Thomé Júnior, que se manteve como tesoureiro e Cícero Campos Castro Filho, que foi convocado para assumir a secretaria.

A  nova  gestão  recebeu  muito  apoio  e declarações  de  incentivo,  já  que  o  caminho da entidade precisava ser trilhado. Carlos Gobbo assumiu, “levantou as mangas da camisa” e deu passos fortes a um novo rumo  pelo  qual  tomaria  o  Sindicato  dos Lojistas  do  Comércio  de  Campinas.

Em busca de uma melhor estrutura e de um espaço maior para trabalhar, o Sindicato mudou de andar dentro do próprio prédio da ACIC. Subiu do 4º para o 5º andar, após reforma realizada no prédio em 1993.

A situação dos camelôs continuava na pauta das reuniões de Diretoria e a cobrança junto à Setec era intensa. O Sindicato dos Lojistas juntamente com outros representantes de Campinas e do Ministério do Trabalho participaram, em abril de 1993, do I Encontro sobre o Desenvolvimento de Emprego e Renda de Campinas, promovido pela Prefeitura. No encontro foram apresentadas propostas e diretrizes para movimentar a economia da cidade na busca pela redução do elevado índice de desemprego já estabelecido no país.

No mesmo ano, o Sindicato dos Lojistas ampliou seus trabalhos e sua base territorial. Passou a englobar mais sete cidades: Cosmópolis, Hortolândia, Indaiatuba, Jaguariúna, Monte Mor, Sumaré e Valinhos. A entidade passou a denominar-se Sindicato dos Lojistas do Comércio de Campinas e Região.

O Sindilojas investiu em qualidade. Foram criados os Departamentos Jurídico e Comercial, fortes e atuantes, adquiriu computadores, linhas telefônicas e promoveu o comércio em datas comemorativas, investindo em mídias e campanhas. Em 1994, o Sindicato realizou manifestações de repúdio ao governo do país, em reação à elevada carga tributária incidente sobre os produtos nacionais. Cartazes de protestos foram distribuídos ao comércio lojista da cidade e região.

Os anos seguiram e várias propostas de filiações de novos associados foram aceitas. Cursos foram oferecidos em parceria com o Senac e a ACIC. O Sindicato participou de Encontros Nacionais de Comércio. E em março de 1997, o presidente Carlos Gobbo foi aos Estados Unidos buscar mais conhecimento e analisar as tendências do comércio mundial, e da já falada globalização. Foi a Missão Técnica de 97.

A entidade crescia e o investimento em infra-estrutura foi novamente realizado. Os computadores foram colocados em rede, proporcionando maior agilidade e segurança as informações e ao banco de dados. Porém, um novo e grave problema se fortificou no comércio, a chamada inadimplência, que crescia a cada ano. As crises e os altos e baixos do mercado afetaram diretamente as vendas no comércio lojista em 1997. O comércio precisou de ajuda. Nesta hora o Sindicato mostrou sua força e ultrapassou obstáculos. O Sindilojas trabalhou, protegeu e criou condições para que a classe dos lojistas continuasse no seu caminho.

O presidente Carlos Gobbo foi convidado a participar da Missão Técnica  de  98,  na  Itália, pela Federação do Comércio do Estado de São Paulo. Novos e importantes conhecimentos foram adquiridos. O Departamento Jurídico da entidade estava a todo vapor. A discussão da abertura do comércio em domingos e feriados movimentou o Sindilojas. A crise no país continuou em 1999. Várias empresas encerraram suas atividades e o comércio sentiu um forte impacto. A participação dos associados nas reuniões do Sindicato foi fundamental para que as decisões certas fossem tomadas em conjunto.

Até que um sonho se realizou e veio para fortalecer e ajudar o comércio lojista da cidade e região. Em 15 de junho de 1999 o presidente Carlos Gobbo informou em reunião que o Sindicato havia adquirido um andar completo do edifício Silvino de Godoy situado na rua General Osório, 883, 7º andar, Centro de Campinas. Depois de muita luta, a compra de uma sede própria tornou-se viável. Foi um presente que a gestão Carlos Gobbo deu a todos que fazem e fizeram parte do Sindicato. Os associados agora dispõem de uma sede com espaço, qualidade e estrutura para enfrentar as crises e realizar seus projetos.

O andar inteiro foi reformado. Quase um ano após a compra, a obra foi concluída e a transferência de endereço pôde ser realizada. Em junho de 2000, o Sindilojas ganhou nova identidade e independência na sua caminhada de sucesso. A sede própria apresenta um auditório com 34 lugares, duas salas de aula, seis salas escritório, uma sala de reuniões, uma sala da presidência, uma recepção, sete banheiros, cozinha e bar, totalizando 500 m² de área útil para seus associados.
Isso tudo forma o contexto da realidade do Sindilojas de Campinas e Região. Porém  o  caminho  nunca deixou de ser traçado. Afinal, o Sindicato tem o compromisso de colocar a economia para caminhar, pois os lojistas são as vitrines das indústrias e um dos segmentos que mais empregam no país.

Desde a palavra “sim” na primeira cédula de votação até agora, são 60 anos de história, marcados por períodos doces, amargos, conquistas, mudanças, lutas, dedicação, trabalho, mas sobretudo de esperança.

Diretoria

Carlos Augusto Gobbo
Claudete Licio
Júlio Cesar Masutti
Reginaldo da Fonseca
Eliana Oliveira
José Augusto do Nascimento
Martha Palma
Márcia Cia
Antonio de Padua Mello