Por Josiane Denise*
É perceptível que os influenciadores estão cada vez mais populares entre os consumidores brasileiros, e as marcas estão atualizando suas estratégias para continuar atingindo públicos de interesse em meio às constantes mudanças de comportamentos, inclusive os hábitos digitais dos brasileiros. Você já pensou no influenciador como um criador de conteúdo para a sua marca?
No Brasil, 71% dos decisores de marcas consideram as ações com influenciadores parte central do planejamento de mídia digital em 2021 e cerca de 83% dos entrevistados afirma que, com a pandemia, o trabalho em parceria com eles se tornou mais estratégico para os seus negócios, segundo pesquisa do Youpix. Com relação ao público, 71% dos brasileiros entrevistados afirmam seguir algum influenciador e 76% dos brasileiros conectados conhecem o termo “Youtuber”, segundo o Google.
Em 2020, houve desaceleração do investimento em criadores de conteúdo durante alguns meses do ano, período em que as marcas estavam se adaptando aos impactos causados pela pandemia de covid-19, mas o saldo do ano inteiro foi positivo para o segmento. Os conteúdos sinalizados com hashtags, como #ad, #publi, #publipost e #promo aumentaram 101% em comparação com 2019 e o engajamento dos influenciadores cresceu 31%, segundo a Comscore. No novo infográfico de Dados & Insights aqui da Loures, #Publi, é possível encontrar informações sobre a transformação do mercado de influência.
O cenário do marketing de influência combina novos fatores, como formas de impulsionamento de mídia após mudanças nos algoritmos das redes sociais e novos papéis dos influenciadores como produtores, curadores de conteúdo, apresentadores, empreendedores e ativistas. Em meio a essas mudanças, também há formatos de conteúdo que estão se popularizando nos últimos anos. Formatos que, além de ajudar com a popularidade, engajamento e reputação das marcas, também podem impulsionar campanhas de tráfego e aumentar as vendas.
Maior preocupação com os impactos da influência
Há uma preocupação constante com o impacto dos influenciadores nas gerações e, com isso, observamos a ascensão de temas e de personalidades influentes que abordam causas sociais, ambientais e econômicas com frequência. Veja no material os influenciadores reconhecidos por abordar body positive, família, diversidade racial, engajamento político e outros. As campanhas só serão bem-sucedidas se houver compreensão dos assuntos que a marca quer discutir com seu público e afinidade que a empresa tem com o criador de conteúdo antes de selecioná-lo.
Formatos que impulsionam as vendas
As marcas também procuram se posicionar como influenciadoras de comportamento e tendências no ambiente digital. O influenciador fica responsável por convidar o público e amplificar as conversas, mas a marca permanece no protagonismo das ações com conteúdo original em seus perfis em redes sociais, como é o caso da Americanas.com que realiza lives commerce nas redes sociais. Esses eventos são apresentados por diversos influenciadores, como Juliette, Camila de Lucas, Ademara e Ana Clara. As lives commerce contribuem para o alcance e reputação, mas também focam na conversão em vendas.
Profissionalização dos influenciadores
Anteriormente quando se mencionava profissionalização dos influenciadores entendia-se que o criador executava bem o seu papel de veículo para divulgar as marcas parceiras. Atualmente o conceito de profissionalização não aponta influenciadores apenas para divulgar marcas terceiras, mas para controlar toda a produção de um produto ou serviço e se tornar uma empresa com diversas fontes de rendas (infoprodutos, plataformas ou seguidores remunerando conteúdos e, se houver interesse, monetização com propaganda). Nesse cenário, os influenciadores podem escolher quando e com quais marcas se relacionar. Eles passam a escolher em vez de serem escolhidos e as marcas precisam analisar se estão preparadas para lidar com esse cenário.
*Josiane Denise é head de Dados & Insights da Loures Comunicação
Fonte: EXAME