Cristina Souza, diretora-executiva da GS&Libbra, falou sobre inovação durante o Retail Trends, a partir dos aprendizados do NRF Retail’s Big Show. “A inovação dentro das empresas é como uma onda. Ou você entra nela ou é engolido”, resumiu.
As empresas precisam colocar o consumidor no centro. “Não apenas falar que ele é o rei, mas oferecer o que ele realmente deseja”, disse Cristina.
“Inovação não é sobre tecnologia. É sobre promover uma transformação no mundo”. A referência de frase dita por Antônio Carlos Pipponzi, presidente do Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV) e da Raia Drogasil, resume que inovar vai muito além da tecnologia. “No NRF ouvi muitas pessoas falando que foram para o evento em busca de tecnologia, que ela iria transformar seus negócios. Esta frase é uma quebra de paradigma”, contou a executiva.
Ela trouxe vários exemplos, como o da Nordstrom, que oferece serviços como engraxate para os clientes e a Dyson, que inseriu um robô na loja. Ele inseriu eficiência operacional para a empresa, mas também experiência para os consumidores, que interagem com o simpático funcionário eletrônico.
“Algumas lições que podemos tirar são a importância de reduzir custos, reforçar a experiência oferecida para o cliente. Em longo prazo, a segurança de dados é superimportante e tem que ser trabalhada. A customização é cada vez mais um desejo do consumidor e temos que nos acostumar com isso. O smartphone também. Embora nós achemos que já fazemos de tudo com ele, ainda temos muito potencial para explorar” afirmou Cristina.
Alexandre van Beeck, sócio-diretor da GS&Consult, trouxe uma retrospectiva do que foi visto nas últimas edições do NRF Retail’s Big Show. Em 2016 se dizia que as lojas físicas acabariam, deixando todos atônitos. Em 2017, o assunto foram os millenials com seus novos hábitos de consumo. Mas, desde 2018, veio a ideia de que o varejo precisa se transformar, necessita de inovação.
“Estamos realmente vivendo um Novo Varejo, que tem como foco o consumidor, a transformação digital e das lojas físicas, além da obsessão por dados e a eficiência operacional”, disse van Beeck.
“Os modelos tradicionais de negocio estão derretendo. No topo estão empresas como a Amazon e o Alibaba. Negócios tradicionais como Sears e Toys r’Us tendem a desaparecer”, resumiu o executivo.
A chinesa JD.Com é um exemplo de eficiência operacional, com uma logística impressionante, realizando entregas pelos mais diferentes meios, como drones. Outro exemplo é a Amazon, que com a Amazon Go transformou os supermercados. Quando a gigante comprou a rede de alimentos orgânicos Whole Foods, as ações da Kroger despencaram, forçando a companhia a agir para não ficar para trás. Ela se uniu a outras empresas, para trazer algumas expertises que não possuía. Firmou parceria com a Microsoft, para levar tecnologia. Este case traz algumas lições: “O varejo físico não será mais o mesmo, ficará aliado ao digital. É necessário levar exatamente o que o consumidor procura”, afirmou van Beeck.
O executivo trouxe outros casos, como o Blackberry, que dominava o mercado de smartphones, mas não permitia a realização de compras online e foi perdendo espaço progressivamente.
“O novo varejo não é somente o omnichannel. É algo muito mais amplo. Coloca o consumidor no centro de verdade. É eficiência operacional, é o uso de dados. É muito mais”, resumiu van Beeck.
* Imagem: Rodrigo Augusto
Fonte: https://www.mercadoeconsumo.com.br/2019/02/07/inovacao-e-necessidade-para-se-manter-no-mercado/