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Perspectivas para o varejo pós-pandemia, por Abram Szajman

No mês de julho, três meses após a imposição de medidas de isolamento social em decorrência da pandemia de covid-19, os setores de comércio e serviços iniciaram o processo de reabertura gradual, seguindo as recomendações do governo e dos órgãos de saúde pública. O setor varejista foi um dos mais afetados, e algumas atividades tiveram queda de 80% na média diária de faturamento. No período, o setor foi prejudicado em três importantes datas: Páscoa, Dia das Mães e Dia dos Namorados.

Para recuperar esse prejuízo, além da revisão de aspectos gerenciais – como estoques e fluxo de caixa o varejista deve estar preparado para atender às possíveis mudanças de comportamento do consumidor. Caberá a cada segmento avaliar as mudanças e entender quais serão permanentes e quais ficarão restritas ao período da pandemia, para (re)planejar estratégias.

A digitalização dos negócios, por exemplo, se tornou obrigatória, e muitos consumidores tiveram sua primeira experiência de compra online. Segundo o relatório Webshoppers, produzido pela Ebit/Nielsen, o porcentual de novos consumidores no e-commerce subiu de 16%, nas semanas anteriores à quarentena, para 20%, com as medidas de isolamento social. Os setores de eletrônicos e informática tiveram vendas melhores do que o esperado, indicando que, para além das medidas de flexibilização da legislação trabalhista e do pagamento de auxílio emergencial, a necessidade de upgrade tecnológico é uma realidade para as empresas que passaram a operar em home office.

As projeções de perdas são em torno de R$ 115 bilhões no faturamento do varejo nacional em 2020, o que representa queda de aproximadamente 6% em relação a 2019. Os desafios são grandes.

*Abram Szajman é presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), entidade que gere o Serviço Social do Comércio (Sesc) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) no Estado.

Fonte: FECOMERCIO

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